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Foto do escritorMarcela Marcos

O Primeiro Palhaço Negro do Brasil

Atualizado: 21 de mai. de 2021

“27 DE MARÇO DIA INTERNACIONAL DO CIRCO”


Sabemos que esta data foi instituída em razão do nascimento do palhaço Piolim em 1897 Ribeirão Preto, SP, que comandou o circo Piolim por mais de 30 anos, Abelardo Pinto.


No entanto, não podemos esquecer uma figura importantíssima no cenário artístico e cultural de nossa história. Você conhece a história do primeiro palhaço negro do Brasil? Se sim, ótimo! Se não, esta é uma ótima oportunidade de interdisciplinar conteúdos importantes para seus alunos no dia do circo.


Abordando diversidade, consciência negra e arte com muito conhecimento! Podendo trabalhar desde a educação infantil ao fundamental II, fazendo adaptações. Seu nome era BENJAMIN CHAVES, conhecido como Benjamin de Oliveira, era mineiro de Pará de Minas! Bora conhecer essa história incrível?


 

Além de compositor, cantor, ator, foi o primeiro palhaço negro do Brasil. Idealizador e criador do primeiro circo-teatro. Nascido no interior de Pará de Minas, Minas Gerais aos 11 de Junho de 1870, filho de Malaquias Chaves e Leandra de Jesus, por ser considerada escrava de estimação seus filhos obtiveram a alforria após nascerem. Aos 12 anos fugiu de casa com uma “troupe” do circo Sotero que passava pela cidade, onde atuou como trapezista e acrobata, fugindo do circo três anos depois por ser espancado pelo dono do circo.

Ao fugir do circo Sotero, encontrou ciganos que quiseram lhe vender, fugindo novamente, encontrou um fazendeiro que alegou que ele seria um escravo fugitivo, Benjamin teve que fazer suas acrobacias para ser liberado, passou por alguns circos, até substituir o palhaço titular onde o público não gostou de sua apresentação, rejeitando-o.


Trabalhou em muitos outros circos em várias cidades, mas foi no circo Caçamba no Rio de Janeiro, onde o então presidente da república Marechal Floriano Peixoto estava presente que seu trabalho começou a ter notoriedade. Surpreso com a apresentação de Benjamin, o presidente transferiu o circo situado na favela para a frente do Palácio do Itamaraty.


Escreveu diversas peças de sucesso: “O diabo e o Chico”, “Vingança Operária”, “Matutos na Cidade” e “A Noiva do Sargento”. Atuou como cantor executando ao violão lundus, chulas e modinhas.


Em agosto de 1908, protagonizou no papel de Peri a peça “O Guarani” filmado no circo Spinelli e lançado sob o nome de “Os Guaranis”, inspirado na obra de José de Alencar. “Os Guaranis” foi a primeira filmagem de um filme de romance na época lançado pela Photo-Cinematographica Brasileira. Em 1921, criou a revista Sai Despacho!

 

Referências:

  • SILVA, Ermínia. Circo-Teatro: Benjamim de Oliveira e a teatralidade circense no Brasil. São Paulo, Editora Altana, 2007.434 p.

  • Hirano, Luis Felipe Kojima. Circo-Teatro: Benjamim de Oliveira e a teatralidade circense no Brasil. Ponto Urbe [Online], 2 | 200. DOI : 10.4000/pontourbe.1923.

  • Porto, Sérgio – Benjamim de Oliveira – o palhaço na Revista Manchete. Rio de Janeiro, seção “Um Episódio por Semana”, 19 de junho de 1954.

  • Azevedo, M.A. de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.

  • Marcondes, Marcos Antônio. (ED). Enciclopédia da Música popular brasileira: erudita, folclórica e popular. 2. ed. São Paulo: Art Editora/Publifolha, 1999.

  • Tinhorão, José Ramos. Cultura popular - Temas e questões. São Paulo: Editora 34, 2001.

  • Abreu, Brício de - Esses populares tão desconhecidos, Rio de Janeiro, c. Raposo Carneiro editor, 1963.






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